Final de mais um ano, e pelo andar da carruagem 2021 deixa cicatrizes que vão demorar para fechar

E mesmo encerradas, as marcas serão inesquecíveis, primeiramente pelo fato de vermos os números da Pandemia, que ceifou milhares de vidas em nosso país (+ de 600 mil), a condução desastrosa do processo, a letargia na compra das vacinas, sucessivas trocas de  ministros, que desencadearam, inclusive, numa CPI. Histórias  não faltam,  mas que agora começa a dar uma trégua. O que é motivo de alegria, mas não significa que devemos deixar a guarda cair, afinal já vemos uma 4ª onda assombrando o hemisfério Norte novamente. Onde fica claro que a reabertura precipitada e sem restrições no comércio e o abandono das medidas de segurança não são os melhores caminhos a se adotar.

 

Por isso, o Sintratel, continua na defesa do modelo de Home Office onde esta modalidade for possível. Onde não, que o tripé uso de máscaras, distanciamento e disponibilização do álcool gel nas operações, continue sendo adotado até alcançarmos os 80% da população brasileira vacinada, como recomenda a ciência.

Aliás, outro aprendizado, “o tudo pela economia“ não salva vidas e são elas que realmente importam.

E por falar em economia, essa anda de mal a pior, com uma inflação galopante já vamos atingindo os 2 dígitos, vendo sucessivos aumentos dos alimentos, gás de cozinha, energia e tantos outros itens vitais à nossa sobrevivência.

Numa economia que dá sinais de estagnação, vemos o país regressar em várias áreas, mas a que causa maior tristeza é a volta ao mapa da fome. Cenas de pessoas disputando pedaços de ossos e carcaças, ou buscando sobreviver do lixo, já não são incomuns em nosso cotidiano e comprovam que a política econômica desse governo é um desastre. E que o “Posto Ipiranga Guedes” tem responsabilidade nisso. Haja irresponsabilidade.

O orçamento secreto, tão discutido nesses últimos dias, mostra que o dinheiro existe, só que para o deleite de um grupo seleto de deputados, os que apoiam as lambanças governamentais. Mostrando que o “toma lá, dá cá”, tão criticado, que influenciou nas tais “mudanças” que nos levaram a este desgoverno, permanecem. E presenciamos um novo esquema, o Bolsolão, enquanto quem sofre, somos sempre nós, a classe trabalhadora.

É nesse cenário político e econômico desastroso que atravessamos com nossa Campanha Salarial 21/22, onde sabemos que devemos recuperar, no mínimo, a inflação nos nossos salários e benefícios, resguardando a manutenção dos empregos. O bem mais importante e valoroso neste momento pós pandêmico de uma economia em frangalhos. Ter um emprego num país onde já são 14 milhões de desempregados, 21 milhões se contarmos os desalentados, faz desse o bem mais representante de dignidade nesse momento e devemos resguardá-los.

Enfrentamos uma crise, que assola inclusive nosso setor, fechando portas de empresas que deixam de cumprir com suas obrigações trabalhistas, Vikstar e Malta (em recuperação judicial) são exemplos. Mas que reforçam a importância das entidades sindicais ativas e estruturadas, pois foi e está sendo decisiva a atuação do Sintratel, para que os trabalhadores e trabalhadoras não fiquem “com uma mão na frente e outra atrás”, literalmente.

Assim como foi decisiva a atuação da entidade na manutenção da desoneração da folha de pagamento, que comprometeria vários postos de trabalho.

Nesse cenário não podemos deixar de citar a Reforma Trabalhista, que depois de 2017 já pode ser avaliada. Não gerou empregos como prometiam, enfraqueceu os direitos dos que trabalham, além de desmobilizar seu poder de organização, deixando os instrumentos de luta por seus direitos debilitados. Terreno fértil para o ideário neoliberal, permitindo, assim, uma ofensiva para retirada de direitos e maximização dos lucros.

Na contramão vemos os processos contra o ex-presidente Lula caírem por terra, comprovando que foram forjados para retirá-lo do ultimo páreo, que nos condenou à esta triste realidade que estamos vivenciando.

Temas caros, que custam vidas, Pandemia, fome, diplomacia, estagnação do crescimento, desmatamento recorde na Amazônia e tantos outros que precisaríamos de muito mais espaço nesse editorial, mas não menos importantes, comprovam que o saldo desse desgoverno foi nocivo ao que trabalham.

Porém, podemos e devemos mudá-lo e a chance está nesse novo ano que se aproxima. Só nos resta saber se aprendemos de fato com os erros. Diante da realidade que nos está posta nesse momento e a voracidade dos que se locupletam do poder resta dizer: quem sobreviver, verá!

 

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