Profissionais de saúde no Rio reclamam da falta de proteção para trabalhar com pacientes com coronavírus

Profissionais da rede pública de Saúde do Rio de Janeiro afirmam que estão sem equipamentos de proteção adequados para tratar dos pacientes diagnosticados com a Covid-19.
Em um dos casos mostrados no RJ2 neste sábado (11), um profissional de saúde teve que usar um saco plástico por baixo do capote para garantir a impermeabilidade do material em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Rio.
“Profissionais tiveram que colocar, por baixo do capote de contato, um saco de lixo para ter a impermeabilidade e garantir um pouco, o mínimo de segurança no trato com pacientes com Covid-19 confirmado dentro da UTI”, disse uma funcionária, que não se identificou por motivos de segurança.
Ainda segundo as denúncias, médicos e enfermeiros da Coordenação de Emergência (CER) do Leblon receberam equipamentos de proteção individual (EPIs) que não são adequados para todos os atendimentos. Eles apontam que o capote disponibilizado pelo município é feito de TNT com gramatura (densidade) mínima de 30.
A nota técnica da Anvisa diz que o capote com gramatura mínima de 30 evita a contaminação da pele e roupa do profissional, mas o profissional deve avaliar a necessidade do uso de capote ou avental impermeável que tem a gramatura mínima de 50 dependendo do quadro clínico do paciente.
O protocolo de tratamento do novo coronavírus (Sars-Cov-2) do Ministério da Saúde também fala que "o capote ou avental deve ser impermeável e utilizado durante procedimentos onde há risco de respingos de sangue, fluidos corpóreos, secreções e excreções, a fim de evitar a contaminação da pele e roupa do profissional".
Em outro depoimento, uma funcionária relatou que um médico avaliou que não poderia atender de perto um paciente internado no CTI por causa do capote disponível na CER Leblon.
“Eles atenderam à distância, monitorizando, não examinaram paciente, porque não tinha capote impermeável pra eles”, afirmou o funcionário.

Condições precárias no Hospital Carlos Chagas

No Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, eles denunciam as condições de trabalho na unidade. Segundo eles, o espaço entre um dormitório e outro dos funcionários é mínimo.
Além disso, a sala não tem janela e há apenas um ar-condicionado para fazer a ventilação do local. Eles também reclamam da qualidade das máscaras cirúrgicas, que são muito finas.

O que dizem os citados

  • A Secretaria Municipal de Saúde informou ainda que o uso de sacos plásticos deve se tratar de uma ação isolada de um grupo, na tentativa de politizar e desqualificar o trabalho dos profissionais de saúde.
  • A secretaria municipal de Saúde disse a CER Leblon possui equipamento de proteção individual adequado, conforme determinação do Ministério da Saúde e que está reforçando os estoques.
  • A direção do Hospital Estadual Carlos Chagas disse que as máscaras distribuídas na unidade são certificadas pela Anvisa e adequadas para procedimentos hospitalares.

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