Proposta patronal coloca trabalhadores do setor Farmacêutico em estado de greve


“A categoria está mobilizada, estamos em estado de greve e não descartamos paralisações nas indústrias farmacêuticas, No próximo dia 30, 10h, na sede da FEQUIMFAR, teremos a segunda rodada de negociação, mas se o SINDUSFARMA, que representa as indústrias farmacêuticas, não melhorar estes índices, nos entraremos o mês de abril com paralisações”, diz Antonio Silvan Oliveira, presidente do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e Região – Sindiquímicos e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico – CNTQ


Em reunião realizada na sede do SINDUSFARMA, no dia 20 de março, a proposta econômica oferecida pelo setor patronal,  referente à Campanha Salarial e Social dos Trabalhadores na indústrias Farmacêuticas do estado de São Paulo, foi o repasse da inflação do período (abril/2014 a março/2015), o que corresponde a uma correção de cerca de 7,5 ou 7,8%. A proposta foi recusada pelos representantes dos trabalhadores que anunciaram o estado de greve para o setor.
Segundo informação de Antonio Silvan Oliveira, a expectativa do encontro era discutir as cláusulas sociais e  dar início as negociações econômicas com proposta reajuste salarial, mas  eles foram surpreendidos pela proposta patronal.  
“Como justificativa, o setor patronal explanou sobre o cenário atual de crise econômica, apontando os resultados alcançados em 2014 no consumo de medicamentos. Ao formalizar a proposta, eles desconsideraram o crescimento nas vendas, o aumento do faturamento, inclusive, com uma participação maior do Governo no consumo de medicamentos”, considera.
Silvan reconhece que a realidade está longe do resultado esperado, mas lembra que os programas de acesso ao medicamento do Governo federal têm atendido boa parcela da população que estava fora deste consumo, assim, como é fato, que o poder de compra das pessoas possibilitou o acesso aos medicamentos e tratamentos médicos. “Ressalto também a importância de algumas empresas possibilitaram o acesso gratuito a medicamentos aos seus trabalhadores”, diz.
“Não concordamos com a alegação de que o setor está em um processo de diminuição de volume e nem mesmo a  ameaça velada de desemprego no setor para tentar nos impor uma proposta econômica onde o reajuste salarial é a inflação do período, ou seja, o índice do INPC/IBGE, com o agravante de sequer sinalizar melhorias nas cláusulas sociais. No ano passado que, em meio a algumas dificuldades,  tivemos cerca de 1,5% de aumento real”.
Mobilização Geral
Trabalhadores e trabalhadoras das Indústrias Farmacêuticas, de todas as regiões do estado de São Paulo, já se encontram mobilizados para a Campanha salarial e social desse ano, que é coordenada pela FEQUIMFAR, com os seus Sindicatos filiados, com o apoio da Força Sindical e da CNTQ (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico), na representação de mais de 15 mil trabalhadores, sendo que a data-base da categoria é 1º de abril.

O setor farmacêutico reivindica o aumento real de 5% mais INPC/IBGE; piso salarial no valor de R$ 1.500,00; vale-alimentação no valor de R$ 180,00; PLR de 2 pisos salariais e abono de 1 piso salarial.
Na rodada, o  Sindiquímicos também esteve representado por seu vice-presidente, Antonio Cortez Morais e as diretoras, Neusa Maria Marques e Eliana Aparecida Cardoso dos Santos.

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