Temer contraria centrais e desiste de MP

Temer já admite que reforma da Previdência não sai em seu governo

GUSTAVO URIBE E TALITA FERNANDES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Michel Temer irá contrariar as centrais 

sindicais e não irá propor por meio de medida provisória alternativas de custeio 
para as entidades trabalhistas, que deixarão de receber o imposto sindical a partir da 
semana que vem.

A proposta que deve ser enviada até sexta-feira (10) ao Congresso Nacional não incluirá 

a regulamentação da contribuição assistencial, defendida como uma forma de amenizar 
o impacto no caixa sindical com a entrada em vigor da reforma trabalhista.

A ideia é que o peemedebista proponha a iniciativa posteriormente, em formato de um 

projeto de lei, tornando grandes as chances de ser barrada pela Câmara dos Deputados e, assim, 
deixando as entidades trabalhistas sem uma contrapartida para a extinção do imposto sindical.

A decisão de retirar a contribuição assistencial da proposta de salvaguarda aos 

trabalhadores foi tomada após pressão do presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é contra a medida.

Com o risco da contrapartida ser derrotada, as centrais sindicais iniciaram movimento 

para tentar incluir na proposta que será publicada na sexta-feira (10) pelo menos uma regra
de transição para o fim do imposto sindical.

O presidente da UGT (União-Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, se reunirá nesta

 terça-feira (7) com o líder do governo no Senado Federal, Romero Jucá (PMDB-RR), para
 discutir a questão.

A ideia das entidades trabalhistas é adotar uma regra de transição em um período de seis 

anos, com três anos de carência -ou seja, a cobrança continuaria até 2020. Nos três
 anos seguintes, o tributo seria reduzido gradualmente.

DISPUTA

Na sexta-feira (10), um dia antes da reforma trabalhista entrar em vigor, o presidente

pretende publicar iniciativa com salvaguardas aos trabalhadores combinadas previamente
com o Senado Federal.

O Palácio do Planalto ainda não definiu, contudo, se enviará em formato de projeto de 

lei em regime de urgência ou de medida provisória, que era a ideia inicial do presidente.

A indefinição se deveu a pressão de Maia, que defende que seja um projeto de lei 

para que a Câmara dos Deputados tenha participação no processo de discussão.

A insistência tem desagrado Jucá, que já havia anunciado publicamente que seria 

uma medida provisória, com efeitos imediatos.

Para evitar um racha na base de sustentação, o presidente afirmou nesta segunda-feira 

(6), em uma reunião no Palácio do Planalto, que pretende realizar uma reunião nesta 
semana entre Maia e o presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para 
se chegar a um acordo.
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