Presidente da OAB critica cultura machista e cita trabalho de jornalistas

Tomou posse, nesta quarta-feira (19/2), como presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a ministra Cristina Peduzzi, primeira mulher a ocupar o cargo, em cerimônia com a presença do presidente Jair Bolsonaro, do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do procurador geral da República, Augusto Aras. 
Também presente, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, foi efusivamente aplaudido pela platéia quando foi anunciado e ao final de seu discurso, em defesa das mulheres e contra injustiças de gênero e o machismo. Ele disse que a ministra se une a luta feminina. “Luta que até aqui não foi feita sem percalços nas suas carreiras. Mulheres que ainda enfrentam a cultura machista e a desigualdade de gênero em salários. Injustiças que perpetuam o desrespeito às trabalhadoras no exercício de suas funções. Estou certo de que as injustiças ferem nossa Constituição e envergonham nosso país . Na pessoa da presidente do TST, cumporiemto todas as mulheres: jornalistas, advogadas e todas as trabalhadoras. Registramos nosso voto de apoio ao lado desta casa”, disse . “Pela primeira vez na história desta corte,  uma mulher brilhante ocupa a presidência”, disse Santa Cruz. Segundo ele, nos últimos dez anos dez anos, a Justiça do Trabalho teve o melhor desempenho na igualdade de gênero, com 50% dos postos ativos ocupados por mulheres ativos e 41% na justiça especializada, conforme levantamento do Conselho Nacional de Justiça.

Precarização


Ele lembrou, ainda, que o país assiste à retirada de direitos e a precarização do trabalho. De acordo com o presidente da OAB, o Brasil figura na lista dos 10 piores países do mundo para os trabalhadores e o quarto lugar no índice de acidente do trabalho. “Brumadinho ganhou contornos ainda mais dramáticos com a reforma trabalhista, devido às indenizações”, disse e lamentou que a taxa de informalidade atingiu os maiores índices em 19 estados. O presidente da OAB  disse que cresce a classe dos “precariados”, que se caracteriza pelos proletários e precários. “Não podemos admitir que o trabalho precários vire regra”, encerrou. 

Cristina Peduzzi, que tornou-se ministra do TST em junho de de 2001. Ela substitui o atual presidente do órgão, João Batista Brito Pereira, e vai ocupar o cargo até 2022. O presidente Jair Bolsonaro fez uma curta fala e anunciou que a ministra vai acompanhá-lo em visita ao Uruguai.  
Mestre em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília (Unb), ela foi procuradora da República e procuradora do trabalho e atuou como advogada em tribunais superiores. Cristina Peduzzi foi também  vice-presidente do TST entre 2011 e 2013 e integrou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entre 2013 e 2015

Comentários

Postagens mais visitadas