Com participação ugetista Senado Federal realiza audiência sobre as Condições de Trabalho no Setor de Fast Food

 

Ricardo Patah, presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores (UGT) participou de forma virtual, na manhã desta segunda-feira (08), de audiência pública realizada no Senado Federal sobre as Condições de Trabalho no Setor de Fast Food.

A audiência proposta pelos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Humberto Costa (PT-PE) contou com a participação de parlamentares, magistrados, representantes de entidades sindicais e ex-funcionários que relataram tudo o que passaram durante o período em que trabalharam em rede de fast food, em especial do McDonald’s. “Entrei para receber R$1200,00, mas 30 dias depois recebi apenas R$440,00 e a promessa de que no mês que vem melhoraria. Passou mais um mês e R$560,00. Trabalhei um ano e meio no McDonald’s e o máximo que recebi foi 960 reais”, disse Hítalo Almeida de Araújo.

Ricardo Patah ressaltou que há muito tempo a UGT encampou esse tema com o objetivo de fomentar o diálogo e trazer possibilidades efetivas de inclusão social, pois essa é uma ação mundial, mas que em território brasileiro leva as características do Brasil. “Os trabalhadores de fast food do Brasil são os que tem maior vulnerabilidade, além de pertencerem a base da pirâmide estão suscetíveis, assediados e por serem, em muitos casos, arrimos de família, para manter o salário e a vivência da sua família se submetem a situações absurdas”.

Graça Reis, diretora do Sindicato dos Comerciários de São Paulo participou da audiência e reiterou que a campanha Sem direitos não é Legal é uma ação mundial que busca combater os abusos e a discriminação que ocorre nesses locais de trabalho. “Essa é uma campanha mundial e todas as vezes que realizamos alguma visita em uma loja somos hostilizados”, falou a dirigente.

“Precisamos ter maior atenção para com esses trabalhadores”, disse Graça logo após explicar que durante a parte mais crítica da pandemia de Covid-19, a Campanha montou kits e distribuiu entre os trabalhadores já que as lojas não estavam fornecendo máscaras e álcool gel para seus funcionários. “Esse quite surgiu porque quando estávamos fazendo as visitas nas lojas, os donos das lojas não entregaram kits de EPI para os trabalhadores, que estavam usando pano perfex, grampeado e amarado com elástico”.

“Essa questão de usar perfex no começo da Covid é real, a maioria dos funcionários iam trabalhar doentes”, explicou a ex-funcionária Brityney Galanty, que atuou por um ano e dois meses na rede. “Eu como drag queen quando ia trabalhar montada meu gerente debochava de mim”.

Ricardo Patah reforçou que é preciso conscientizar os trabalhadores em relação aos seus direitos, dialogar com a empresa e buscar alternativas para impedir que ocorram situações assim. “Queremos abrir negociação, qualificar, capacitar e sindicalizar. Não podemos ter práticas antissindicais que nos impeçam de fazer um trabalho sereno e equilibrado de defesa dos interesses desses trabalhadores”. Concluiu.


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