Em dia de protestos, Câmara aprova reforma da Previdência


A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base da reforma da Previdência em segundo turno. Já era madrugada desta quarta-feira (7) quando ocorreu a votação: 370 deputados foram a favor da proposta que praticamente decreta o fim da aposentadoria no Brasil, 124 votaram contra e houve uma abstenção. Enquanto acontecia a sessão, manifestantes protestavam na Av. Paulista.
A sessão continua ao longo do dia, com a apreciação de oito destaques, ou seja, propostas de alterações no texto. Somente após a análise dos destaques é que a votação deverá ser encerrada. Desta forma, o texto pode seguir ao Senado, que analisará a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) a partir da semana que vem. O plano do governo é concluir a votação no Congresso Nacional em setembro.
Para agradar os deputados e garantir a aprovação, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) liberou horas antes da votação R$ 3 bilhões em verbas extras que custearão emendas parlamentares. Com isso, desde o início da votação, em julho, Bolsonaro já chegou à marca de R$ 7,3 bilhões em troca da aprovação da reforma da Previdência.
Protestos
Apesar de todas as artimanhas lançadas pelo governo para garantir a aprovação da reforma, o Sindicato e a CSP-Conlutas não abandonaram a luta contra esse ataque à aposentadoria. Na noite da terça-feira (6), foi realizada uma passeata na Avenida Paulista, em São Paulo, que reuniu trabalhadores, estudantes, movimentos sociais e os partidos PSTU e PSOL. Metalúrgicos e aposentados de São José dos Campos e região também participaram.
A mobilização fez parte do Dia de Luta nos Estados contra a Reforma da Previdência e buscou chamar a atenção da população sobre a gravidade da aprovação da PEC. Desde o início do ato, um grande efetivo da Polícia Militar intimidou os manifestantes. Além disso, a PM impediu o uso do carro de som.
Não há o que negociar
A CUT, Força Sindical e outras centrais sindicais abandonaram os atos de rua contra a reforma da Previdência. Em vez de organizarem a luta dos trabalhadores, a direção dessas centrais preferiu o caminho da negociação. No entanto, a CSP-Conlutas acredita que não há o que se negociar nem alterar. A reforma tem de ser derrubada na íntegra.
“Nós temos que lutar contra essa reforma. Não podemos aceitar a retirada de um direito sequer. Por isso, não há o que negociar com o governo. As centrais sindicais deveriam organizar os trabalhadores para a luta. Ainda é possível barrar a reforma, antes que seja votada no Senado”, afirmou o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.
Fonte:  Sindicato dos Metalúrgicos - 08/08/2019

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