Mobilização total para eleger Lula e derrotar o bolsonarismo em 30 de outubro

 

Foto: Ricardo Stuckert

Em reunião realizada no dia 4 de outubro de 2022 a Direção Executiva Nacional da CTB debateu a conjuntura e aprovou a seguinte resolução política:

1- O pronunciamento das urnas no último domingo, 2 de outubro, significa uma grande vitória para o candidato das forças progressistas, cujo adversário teve a seu favor o orçamento secreto e o poder
governamental, que usou de forma despudorada e ilícita, ao lado da campanha de calúnias e Fake News nas redes sociais. O primeiro turno acentuou a polarização política do país entre as forças democráticas e de esquerda e a extrema direita;

2- Lula confirmou o seu favoritismo. Conquistou 48,43% dos votos válidos – faltando apenas 1,6% ponto percentual para decidir a parada já no primeiro turno – e teve mais de 6 milhões de votos que o principal rival. Vale ressaltar que Bolsonaro é o primeiro presidente brasileiro a ficar em segundo lugar no primeiro turno;

3- A esquerda ampliou sua representação na Câmara dos Deputados, mas a correlação de forças no Congresso Nacional não sofreu grande alteração e continua adversa à classe trabalhadora, que precisa ampliar a mobilização e a pressão para barrar e reverter o cenário de retrocessos;

4- A abstenção subiu a 20,9%, o maior percentual desde 1998. Foi provavelmente o principal fator que impediu a vitória definitiva de Lula em 2 de outubro. A campanha pela reeleição apostou na abstenção e
investiu pesado para levar a peleja ao segundo turno;

5- O pleito também revelou o avanço da extrema direita, especialmente na disputa pelo Senado. A legenda que abrigou o presidente (PL) foi a que mais cresceu e fez o maior número de deputados e senadores;

6- O desempenho dos partidos sugere que o bolsonarismo avançou à custa da desidratação da direita tradicional;

7- É preciso compreender que a polarização política e o avanço da extrema direita não são fenômenos exclusivamente brasileiros. Manifestaram-se recentemente na eleição presidencial da Itália, no plebiscito sobre a Constituição do Chile e em muitos outros acontecimentos. São desdobramentos objetivos das crises geopolítica e econômica que perturbam a ordem capitalista mundial hegemonizada pelos EUA e que ainda parecem longe de um desfecho;

8- Diante deste cenário, a Direção Executiva Nacional da CTB orienta o conjunto da militância classista nos estados a se incorporar de corpo e alma na campanha para eleger Lula em 30 de outubro e derrotar as candidaturas da direita nos estados com segundo turno para governador. Simultaneamente é preciso trabalhar pela construção de uma frente ampla para deter a marcha sinistra da extrema direita e defender a democracia, a soberania nacional, os direitos sociais, as políticas públicas e os trabalhadores e trabalhadoras no serviço público;

9- A eleição do dia 30 é decisiva para o futuro da nação brasileira e deve ser vista como a batalha central do sindicalismo classista ao longo deste mês;

10- A continuidade do Clã Bolsonaro no Palácio do Planalto não significaria apenas a preservação da agenda reacionária inspirada no ultraliberalismo, no racismo, no machismo, na homofobia e no isolamento internacional. Seria um aval popular para o avanço da barbárie neofascista em nosso país. Derrotar o líder da extrema direita é vital para o movimento sindical e as forças democráticas e progressistas. Será o primeiro passo na direção de um novo projeto nacional de desenvolvimento focado
na reindustrialização do país, na valorização do trabalho, na universalização dos serviços públicos, na democracia e na soberania.

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